sexta-feira, fevereiro 03, 2006

UMA PROPOSTA A TODOS OS MONÁRQUICOS:

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Navegando no Ciberespaço

On-line ainda há pouquissimo tempo, o Integralmente Lvsitano tem se deparado com verdadeiros parceiros ideológicos, amigos correligionários, simpatizantes da causa ou "apenas" bons pensadores!

Eis alguns deles:
A Casa de Sarto, pelo tradicionalismo católico hoje tão díficil de encontrar na Igreja;
Interregno, pelo monarquismo defendido na excelência dos seus textos;
Lusitana Antiga Liberdade, por razões mais que evidentes!;
O Pasquim da Reacção, pela recepção e pela acutilância;
O Velho da Montanha, por todas as razões e mais algumas;
Portas do Cerco, pelo patriotismo;
Por Tu Graal, pelo monarquismo e a ousadia do nome;
Último Reduto, pelo "direitismo".

Estes entre muitos outros a que tenho estado atendo. É obvio que ja conhecia alguns, mas a entrada na construção do hipertexto despertou-me mais a atenção.

Um muito bem haja a todos!

Reportagem sobre a Lápide do Terreiro


A (má) reportagem da SIC aqui

Sobre "A lenta dissolução dos partidos" de JPP

Enviado a Pacheco Pereira e publicado no Abrupto:
"Ao ler o seu post "A lenta dissolução dos partidos" não pude, numa primeira análise, deixar de constactar a sua convicção na ausência ou, pelo menos, fraca presença do antipartidarismo e antiparlamentarismo, bem como do pensamento ideológico radical. Mais, que considera os dois "antis" como ditactoriais!
1º - Não vejo a razão, o fundamento, para o "passado da ditadura". De facto, podemos encontrar o antipartidarismo e parlamentarismo históricamente na ditadura (falando de Portugal). Contudo, não me parece saudável considera-los como seus filhos ou mesmo pensamentos exclusivos. Da mesma forma que é de todo errado afirmar que os partidos são essênciais ao funcionamento da democracia. O senhor sabe bem que não o são... muito pelo contrário!
2º - O radicalismo... o radicalismo encerra em si uma vontade própria, insubstituivel e em qualquer outra parte inexistente, de ser fiel. Porque se por um lado a relactividade não é bem o que parece, por outro a objectividade (entendamos dogmatismo) é bastante mal rotulada. Dizer-se, ainda que implicitamente, que o radicalismo é fundamentalista, é tão errado quanto a interpretação e aplicação actuais da última expressão. Ser radical é ser fiel à raiz de um pensamento estruturador da vida social, económica, afectiva, etc... como a própria palavra indica!
3º - Como estudante de Comunicação Social, não posso deixar de concordar consigo ao antever a situação mediática que dá já hoje sinais. Este 4º poder que emerge mais e mais, transversal a todos os outros, depende e faz depender: depende do produto informartivo, ao mesmo tempo que o gera pela pressão que exerce devido aos meios de que dispõe. É quem os controla, aos meios e ao jogo de poder que estes potenciam, que verdadeiramente exerce autoridade. Como diz Harold Innis, "todo o império, toda a sociedade, que pretende uma certa perenidade deve realizar um equilibrio entre um media que favorece o controlo do espaço e outro que assegura a sua reprodução no tempo". E o poder que o novo paradigma multimédia tem em distorcer estas duas noções, a temporal e a espacial, cria no ciberespaço e nas possibilidades do hipertexo uma fuga a esse equilibrio forçado e com objectivos pré-definidos, numa democracia incomparavelmente participativa, construida pelos próprios, inventada a cada segundo, na fuga da capitalização da informação. Quem precisará dos partidos como estrutura que dá voz a um pensamento comum, quando poderemos individualmente (se a info-exclusão de Castells não for demasiado elevada) criar a nossa ideologia, num liberalismo de ideias desmedido, quem sabe acompanhado pelo economico (ainda que paradoxalmente)? Um liberalismo ideológico dependente da abstracta "consciência colectiva" e do sucesso da "juventude metropolitana" que idealizou o futuro da rede".

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Triste dia, pelas mais tristes razões

Sim, estive no Terreiro do Paço. Assisti, gritei uns vivas ao Rei, emocionei-me.
Não era uma multidão. Poucos como sempre. Os do costume mais alguns desacostumados a compôr o ramalhete.

Começou tarde. Esperou-se pelo presidente da Câmara Municipal para que fizesse as honras da casa...
Tocou-se, baixou-se a mítica bandeira... e as palmas!

No fim? No fim entristeci, já não tanto pelo regicídio mas porque me assaltou um pensamento comum nos últimos tempos: "só"?

De facto soube a pouco. Sim sim, grande vitória a da placa! Mas caramba, é só uma placa que assinala um facto repugnável da nossa história colectiva e que já lá devia estar há muito, não merecendo a menor atenção por parte da comunicação social. E aqui está a causa da minha questão, da minha dúvida: "só"?

Onde quero chegar é que percorremos um caminho tantas vezes díficil... tantas vezes iludidos... enganados! Porque o que me custou verdadeiramente neste dia lamentável da memória bárbara foi chegar a casa, ligar a televisão e ter de esperar uma hora e meia (!!!) para ver imagens da tarde.

Quem tem culpa? Meus amigos, todos temos culpa! Assim como culpa temos pelo regicídio diário que a república nos impõe. Aqui chegamos ao grande problema: que temos feito nós para travar as balas da carbonária?

A resposta é naturalmente assustadora!

Porque hoje colocou-se uma placa tarde e a más horas, 98 anos depois... e ainda por cima às 17h (hora pessíma para a comunicação social. é obvio que de reportagem da Missa e do Panteão nada. será que a Causa não tem um gabinete de imprensa?!). Custa...

Como custa a tardia homenagem, que não é nacional, e a também tardia acção monárquica. Tardia e desapropiada, inadaptada, envelhecida. Enganamo-nos se pensarmos que seguimos bem, pois que tardia também se faz a Hora de "reaportuguesar Portugal". E é preciso saber faze-lo, ó Causa Real!

O REI MORREU! VIVA O REI!



"Há já uns poucos de dias que tinha a ideia de escrever para mim estas notas intimas, desde o dia 1 de Fevereiro de 1908, dia do horroroso atentado no qual perdi barbaramente assassinados o meu querido Pae e o meu querido Irmão. Isto que aqui escrevo é ao correr da pena mas vou dizer franca e claramente e também sem estilo tudo o que se passou. Talvez isto seja curioso para mim mesmo um dia se Deus me der vida e saúde. Isto é uma declaração que faço a mim mesmo. Como isto é uma historia intima do meu reinado vou inicia-la pelo o horroroso e cruel atentado. No dia 1 de Fevereiro regressavam Suas Magestades El-Rei D. Carlos I a Rainha a senhora D. Amélia e Sua Alteza o Principe Real de Villa Viçosa onde ainda tinha ficado. Eu tinha vindo mais cedo (uns dias antes) por causa dos meus estudos de preparação para a Escola Naval. Tinha ido passar dois a Villa Viçosa tinha regressado novamente a Lisboa. Na capital estava tudo num estado excitação extraordinária: bem se viu aqui no dia 28 de Janeiro em que houve uma tentativa de revolução a qual não venceu. Nessa tentativa estava implicada muita gente: foi depois dessa noite de 28, que o Ministro da Justiça Teixeira d'Abreu levou a Villa Viçosa o famoso decreto que foi publicado em 31 de Janeiro. Foi uma triste coincidência ter rubricado nesse dia de aniversário da revolta do Porto. Meu Pae não tinha nenhuma vontade de voltar para Lisboa. Bem lembro que se estava para voltar para Lisboa 15 dias antes e que meu Pae quis ficar em Villa Viçosa: Minha Mãe pelo contrário queria forçosamente vir. Recordo-me perfeitamente desta frase que me disse na vespera ou no próprio dia que regressei a Lisboa depois de eu ter estado dois dias em Villa Viçosa. "Só se eu quebrar uma perna é que não volto para Lisboa no dia 1 de Fevereiro. Melhor teria sido que não tivessem voltado porque não tinha eu perdido dois entes tão queridos e não me achava hoje Rei! Enfim, seja feita a Vossa vontade Meu Deus! Mas voltando ao tal decreto de 31 de Janeiro. Já estavam presas diferentes pessoas politicas importantes. António José d'Almeida, republicano e antigo deputado, João Chagas, republicano, João Pinto dos Santos, dissidente e antigo deputado, Visconde de Ribeira Brava e outros. Este António José d'Almeida é um dos mais sérios republicanos e é um convicto, segundo dizem. João Pinto dos Santos, é também um dos mais sérios do seu partido. O Visconde de Ribeira Brava, não presta para muito e tinha sido preso com as armas na mão no dia 28 de Janeiro. Mas o António José d'Almeida e João Pinto dos Santos não podiam ser julgados senão pela Câmara como deputados da última Câmara. Ora creio que a tensão do Governo era mandar alguns para Timor tirando assim por um decreto dictatorial um dos mais importantes direitos dos deputados. O Conselheiro José Maria de Alpoim par do Reino e chefe do partido dissidente tinha tido a sua casa cercada pela policia mas depois tinha fugido para Espanha. Um outro dissidente também tinha fugido para Espanha e lá andou disfarçado. Outro que tinha sido preso foi o Afonso Costa: este é do pior do que existe não só em Portugal mas em todo mundo; é medroso e covarde, mas inteligente e para chegar aos seus fins qualquer pouca vergonha lhe é indiferente. Mas isto tudo é apenas para entrar depois mais detalhadamente na história íntima do meu reinado. Como disse mais atrás eu estava em Lisboa quando foi 28 de Janeiro; houve uma pessoa minha amiga (que se não me engano foi o meu professor Abel Fontoura da Costa) que disse a um dos Ministros que eu gostava de saber um pouco o que se passava, porque isto estava num tal estado de excitação. O João Franco escreveu-me então uma carta que eu tenho a maior pena de ter rasgado, porque nessa carta dizia-me que tudo estava sossegado e que não havia nada a recear! Que cegueira! Mas passemos agora ao fatal dia 1 de Fevereiro de 1908 sábado. De manhã tinha eu tido o Marquês Leitão e o King. Almocei tranquilamente com o Visconde d'Asseca e o Kerausch. Depois do almoço estive a tocar piano, muito contente porque naquele dia dava-se pela primeira vez "Tristão e Ysolda" de Wagner em S. Carlos. Na vespera tinha estado tocando a 4 mãos com o meu querido mestre Alexandre Rey Colaço o Septuor de Beethoven, que era, e é uma das obras que mais aprecio deste génio musical. Depois do almoço à hora habitual quer dizer às 13:15h comecei a minha lição com o Foutora da Costa, porque ele tinha trocado as horas da lição com o Padre Fiadeiro. A hora do Fontoura era às 17:30h. acabei com o Fontoura às 15 horas e pouco depois recebi um telegrama da minha adorada Mãe dizendo-me que tinha havido um descarrilamento na Casa-Branca, mas não tinha acontecido nada, mas que vinham com três quartos de hora de atraso. Vendo que nada tinha acontecido dei graças a Deus, mas nem me passou pela mente, como se pode calcular o que havia de acontecer. Agora pergunto-me eu aquele descarrilamento foi um simples acaso? Ou foi premeditado para que houvesse um atraso e se chegasse mais tarde? Não sei. Hoje fiquei em dúvida. Depois do horror que se passou fica-se duvidando de muita coisa. Um pouco depois das 4 horas saí do Paço das Necessidades num "landau" com o Visconde d'Asseca em direcção ao Terreiro do Paço para esperarmos Suas Magestades e Alteza. Fomos pela Pampulha. Janelas Verdes, Aterro e Rua do Arsenal. Chegámos ao Terreiro do Paço. Na estação estava muita gente da corte e mesmo sem ser. Conversei primeiro com o Ministro da Guerra Vasconcellos Porto, talvez o Ministro de quem eu mais no Ministério do João Franco. Disse-me que tudo estava bem. Esperamos muito tempo; finalmente chegou o barco em que vinham os meus Paes e o meu Irmão. Abracei-os e viemos seguindo até a porta onde entramos para a carruagem os quatro. No fundo a minha adorada Mãe dando a esquerda ao meu pobre Pae. O meu chorado Irmão deante do meu Pae e eu deante da minha mãe.sobretudo o que agora vou escrever é que me custa mais: ao pensar no momento horroroso que passei confundem-se-me as ideias. Que tarde e que noite mais atroz! Ninguem n'este mundo pode calcular, não, sonhar o que foi.creio que só a minha pobre e adorada Mãe e Eu podemos saber bem o que isto é!vou agora contar o que se passou n'aquella historica Praça. Sahimos da estação bastante devagar. Minha mãe vinha-me a contar como se tinha passado o descarrilamento na Casa-Branca quando se ouvio o primeiro tiro no Terreiro do Paço, mas que eu não ouvi: era sem duvida um signal: signal para começar aquella monstrosidade infame, porque pode-se dizer e digo que foi o signal para começar a batida. Foi a mesma coisa do que se faz n'uma batida às feras: sabe-se que tem de passar por caminho certo: quando entra n'esse caminho dá-se o signal e começa o fogo! Infames! Eu estava olhando para o lado da Estatua de D. José e vi um homem de barba preta , com um grande "gabão". Vi esse homem abrir a capa e tirar uma carabina. Eu estava tão longe de pensar n'um horror d'estes que me disse para mim mesmo, sabendo o estado exaltação em que isto tudo estava "que má brincadeira". O homem sahiu do passeio e veio se pôr atraz da carruagem e começou a fazer fogo..."

D. Manuel II, Rei de Portugal

terça-feira, janeiro 31, 2006

"Nem tudo o que parece"...

Lembremos alguns factos recentes da história política portuguesa:
Legislativas (Fevereiro de 2005): Cavaco Silva recusa-se a apoiar Santa Lopes! Á partida parece estranho, mas não é! O objectivo é distanciar-se da derrota previsivel de Santana Lopes, legitimando a dissolução executada por Sampaio, caindo assim nas boas graças de muitos socialistas.
Presidênciais (Janeiro de 2006): Cavaco Silva candidata-se como independente. O PSD e o CDS apoiam-no, como se a situação do ano transato não tivesse existido. O centro-direita venera o liberalismo de Cavaco! (com excepção da Juventude Popular, e muito bem!!). A transição será calma... Sampaio não se pode queixar de Cavaco e da sua posição em Fevereiro de 2005. Uma posição que levou à vitória dos socialistas com maioria absoluta. Ou seja, tudo calmo também com o governo. Já não bastava, José Socrates é conhecido como o mais social-democrata entre os socialistas portugueses, ou não tivesse ele formado a sua consciência política na JSD. Ele, Santana e Paulo Portas eram carneiristas inveterados.
Quem ganha: Cavaco; o PS (porque garantiu estabilidade e a morte do Soarismo); Portugal. Quem perde: o PSD; a partidocracia.