Sobre "A lenta dissolução dos partidos" de JPP
Enviado a Pacheco Pereira e publicado no Abrupto:
"Ao ler o seu post "A lenta dissolução dos partidos" não pude, numa primeira análise, deixar de constactar a sua convicção na ausência ou, pelo menos, fraca presença do antipartidarismo e antiparlamentarismo, bem como do pensamento ideológico radical. Mais, que considera os dois "antis" como ditactoriais!
1º - Não vejo a razão, o fundamento, para o "passado da ditadura". De facto, podemos encontrar o antipartidarismo e parlamentarismo históricamente na ditadura (falando de Portugal). Contudo, não me parece saudável considera-los como seus filhos ou mesmo pensamentos exclusivos. Da mesma forma que é de todo errado afirmar que os partidos são essênciais ao funcionamento da democracia. O senhor sabe bem que não o são... muito pelo contrário!
2º - O radicalismo... o radicalismo encerra em si uma vontade própria, insubstituivel e em qualquer outra parte inexistente, de ser fiel. Porque se por um lado a relactividade não é bem o que parece, por outro a objectividade (entendamos dogmatismo) é bastante mal rotulada. Dizer-se, ainda que implicitamente, que o radicalismo é fundamentalista, é tão errado quanto a interpretação e aplicação actuais da última expressão. Ser radical é ser fiel à raiz de um pensamento estruturador da vida social, económica, afectiva, etc... como a própria palavra indica!
3º - Como estudante de Comunicação Social, não posso deixar de concordar consigo ao antever a situação mediática que dá já hoje sinais. Este 4º poder que emerge mais e mais, transversal a todos os outros, depende e faz depender: depende do produto informartivo, ao mesmo tempo que o gera pela pressão que exerce devido aos meios de que dispõe. É quem os controla, aos meios e ao jogo de poder que estes potenciam, que verdadeiramente exerce autoridade. Como diz Harold Innis, "todo o império, toda a sociedade, que pretende uma certa perenidade deve realizar um equilibrio entre um media que favorece o controlo do espaço e outro que assegura a sua reprodução no tempo". E o poder que o novo paradigma multimédia tem em distorcer estas duas noções, a temporal e a espacial, cria no ciberespaço e nas possibilidades do hipertexo uma fuga a esse equilibrio forçado e com objectivos pré-definidos, numa democracia incomparavelmente participativa, construida pelos próprios, inventada a cada segundo, na fuga da capitalização da informação. Quem precisará dos partidos como estrutura que dá voz a um pensamento comum, quando poderemos individualmente (se a info-exclusão de Castells não for demasiado elevada) criar a nossa ideologia, num liberalismo de ideias desmedido, quem sabe acompanhado pelo economico (ainda que paradoxalmente)? Um liberalismo ideológico dependente da abstracta "consciência colectiva" e do sucesso da "juventude metropolitana" que idealizou o futuro da rede".
1 Comments:
"Quem quer marchar prá esquerda que marche, quem quiser marchar prá direita que marche, quem quiser ficar parado, que assim fique...assim tão bem...pronto não se mexam, sim...sim, não, decidam-se...e pronto alguém que diga ao indivíduo que passou da direita prá esquerda, lá vai outro e desta vez da esquerda prá direita, quem os entende..."
A política é assim, é 1 gajo a tentar tirar uma foto e o pessoal sempre a mudar de sítio, inconsequentes...mas vá lá não se lembram de mudar de nome nem fazem plásticas...assim topamo-los á distância...
Mas ainda bem que á democracia assim, corremo-los quando não gostamos deles e pronto "Que venha(m) outro(s) melhor(es)". Quanto á necessidade que nós sentimos deles enquanto entidade representativa de uma ideologia comum nos termos da situação a acima descrita, deixemos pra'manhã o que pode acontecer...pois nem toda a teoria predispõe-se a uma realização, quanto mais, plena...julgar algo que ainda não se realizou, como certo, não é para mim correcto, mas cada um sabe de si...
E pronto "click" já tá a foto, quem ficou, ficou, quem não ficou...ficasse
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