quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Triste dia, pelas mais tristes razões

Sim, estive no Terreiro do Paço. Assisti, gritei uns vivas ao Rei, emocionei-me.
Não era uma multidão. Poucos como sempre. Os do costume mais alguns desacostumados a compôr o ramalhete.

Começou tarde. Esperou-se pelo presidente da Câmara Municipal para que fizesse as honras da casa...
Tocou-se, baixou-se a mítica bandeira... e as palmas!

No fim? No fim entristeci, já não tanto pelo regicídio mas porque me assaltou um pensamento comum nos últimos tempos: "só"?

De facto soube a pouco. Sim sim, grande vitória a da placa! Mas caramba, é só uma placa que assinala um facto repugnável da nossa história colectiva e que já lá devia estar há muito, não merecendo a menor atenção por parte da comunicação social. E aqui está a causa da minha questão, da minha dúvida: "só"?

Onde quero chegar é que percorremos um caminho tantas vezes díficil... tantas vezes iludidos... enganados! Porque o que me custou verdadeiramente neste dia lamentável da memória bárbara foi chegar a casa, ligar a televisão e ter de esperar uma hora e meia (!!!) para ver imagens da tarde.

Quem tem culpa? Meus amigos, todos temos culpa! Assim como culpa temos pelo regicídio diário que a república nos impõe. Aqui chegamos ao grande problema: que temos feito nós para travar as balas da carbonária?

A resposta é naturalmente assustadora!

Porque hoje colocou-se uma placa tarde e a más horas, 98 anos depois... e ainda por cima às 17h (hora pessíma para a comunicação social. é obvio que de reportagem da Missa e do Panteão nada. será que a Causa não tem um gabinete de imprensa?!). Custa...

Como custa a tardia homenagem, que não é nacional, e a também tardia acção monárquica. Tardia e desapropiada, inadaptada, envelhecida. Enganamo-nos se pensarmos que seguimos bem, pois que tardia também se faz a Hora de "reaportuguesar Portugal". E é preciso saber faze-lo, ó Causa Real!