Novos Paradigmas
A Internet como a conhecemos, esta que serve de canal ao ciberespaço de Wolton em que partilhamos este texto num interacção sem precedentes nas novas tecnologias acessiveis a leigos, é hoje fruto de uma corrente social desenvolvida na segunda metade do século XX por aqueles a quem Pierre Levy intitula de "jovens metropolitanos educados".
Esta força nova de ideias e de projectos sem fins definidos, abstracta a esse ponto, baseou-se na concepção de um espaço que não o é, um lugar que não existe, numa incomensurabilidade extrema onde, utópicamente, habita o liberalismo ideológico, moral e económico. Esse "espaço" é este mesmo, onde vos escrevo, onde me interpretam, onde construimos o hipertexto global do ciberespaço...
Mas questionemo-nos sobre as razões da emergência destas concepções comunicacionais, em que o acto de comunicar se altera na sua inclinação temporal, espacial e porque não dizer ideológica! É que de facto existe toda uma teoria subjacente a estas evoluções tecnologicas como suporte de uma novissima forma de contactar.
Marshall McLuhan defende no seu pensamento histórico do processo evolutivo das formas de comunicar que, se todos os meios de comunicação são providos de bias, segundo Harold Innis, então essas caracteristicas terão alguma influência no produto comunicacional que suportam. Logo, neste ponto dá-se uma viragem de estudo e de perspectiva: "the media is the message".
Assim, não será estranho se dissermos que a Internet, como meio carregado de caracteristicas específicas, tenha por si só uma mensagem, um propósito! E era precisamente isso que os tais "jovens metropolitanos educados" tentavam e tentam. Criar pois, um ciberespaço que fale ideológicamente, independente do seu conteúdo comunicacional: a mensagem deste media será a da universalidade, salvaguardando a distância do conceito de totalidade universal.
Esta universalidade depende portanto, segundo Levy, de algo a que este intitulou de "inteligencia colectiva". Será essa inteligência a não permitir o processo totalizante do universalismo.
Mas não será irreal pensarmos em tal possibilidade?
Contudo, se assim não for, a Internet arrisca-se a ser dominada e ecriptada pelas grandes potências, numa lógica comercial de liberalismo económico extremo...
Tudo para constactarmos que estamos perante um novo paradigma comunicacional sem precedentes: o paradigma multimédia.
O que será dele?
O que será do espaço como "produto cultural"?
O que será da comunicação?
Que cada um responda na sua participação "ciberespacica"!
Nós respondemos com este blog.
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