segunda-feira, janeiro 02, 2006

Portugal 2006 - Odisseia na Ironia de Voltar Atrás

Como "mil anos são como o dia de ontem que passou", 2006 chegou depressa, quase repentinamente, e encontramo-nos no futuro esperado da Odisseia Espacial dos quadradinhos da BD norte-americana. Ou não...

De facto esse tempo não veio! Ou melhor, a forma de o viver tão anunciada na imagética dessas BD´e também de alguma cinematografia, é hoje pura ilusão no senso comum da humanidade.

E Portugal? Em que tempo se situa Portugal?

Portugal modernizou-se? Sim, sem dúvida!
Portugal desenvolveu-se? Obviamente, não.

Portugal vive no tempo da ironia. De um ironia que só a Alma Lusa conhece. A sua própria ironia...
A ironia de voltar atrás!

Portugal foi grande, imperial, conquistador, evangelizador, civilizador, aculturador... Portugal foi Pai.
Hoje é pequeno, em território e em Alma. Como se o retrocesso geográfico fosse o espelho do atrofio do seu Espírito. Porque da mesma forma que a doença material envalhece o animo, também a perda da propriedade palpável do Povo Português afecta a sua convicção de que se não trata de simples palmos de terra. São estensões visíveis e necessárias para se fazer cumprir na plenitude o Ser Português!

Mas não é só isso. Porque não pode ser só isso!

É a própria concepção (ou falta dela) do que é ser português e do que isso implica! E, de certa forma, do porquê de ser urgente sermos Lusos em todas as circustâncias da vida.
O que acontece agora é precisamente o contrário, com as devidas diferenças relativas, do que realizámos: somos aculturados e expropriados da nossa essência vital para a realização colectiva a que somos obrigados.

Perdemos hoje o sentimento dessa obrigação... sentimento tão nobre que a trasformava em liberdade. Porque sermos livres em pleno é sermos plenamente comuns, para alcançarmos a liberdade colectiva que de todos necessita e a todos premeia!

Por isso, que 2006 seja, ou contribua, para a restauração do Espírito Português, a fim de sermos a Pátria que todos desejamos, com os Portugueses que a constroem e dela necessitam: os Integralmente Lusitanos!