domingo, março 05, 2006

O Tirano de Portugal

" Faz falta a Monarquia em Portugal, nunca tão necessária, mas, também nunca tão difícil. Obra árdua e esforçada do bem comum, por isso mesmo, objectivo indicado para o patriotismo do portugueses.
E tal obra depende dos republicanos, de que não se oponham ao claro interesse nacional deste problema.
E é que não têm outra saída os republicanos do poder no ponto de vista de autoridade. E é que não têm outra saída os republicanos da oposição no ponto de vista de liberdade. A estes últimos os seus companheiros de estrada bolchevistas se hão-de encarregar de lhes dar cabo da lógica democrática ao exigir que para haver eleições livres se suprima primeiro a propriedade que segundo eles subalterniza o eleitorado, ao que só podem responder que a propriedade é pelo contrário um facto de personalidade e libertação da tirania do Estado; mas aceitando a propriedade, tem de aceitá-la com o seu sistema completo, com a sua cabeça, que é o título de Rei que a garante e equilibra.
O que perturba e paralisa a vida portuguesa, o Tirano de Portugalm não é Carmona, ou Salazar, ou Norton de Matos; não é uma pessoa; é um preconceito. E não é a ideia republicana no conteúdo positivo de civismo e de paixão do bem público que esta palavra no seu sentido português pode admitir e que não repugna à Monarquia, que é em verdade, pela descentralização que só nela é possível, uma grande federação de repúblicas livres e que nomeadamente pelo seu municipalismo dá pleno aproveitamento ao esforço autónomo do cidadão para criar um estado cada vez mais de puro direito e bem comum. O Verdadeiro tirano de Portugal não é a ideia republicana, mas sim o preconceito anti-monárquico, preconceito nefasto que torce a nossa história, contra-senso da lógica democrática, porque mostra que teme a concorrência em livre discussão da ideia monárquica enquanto recusa o plebiscito, recorre ao banimento, às leis especiais, às "medidas drásticas", isto é, à cortina de ferro para esconder aos olhos do povo o regime ( com a Pessoa que o encarna) que pode ser o seu único libertador."

Um texto de José Pequito Rebelo publicado no "Diário de Lisboa" em 1949, compilado no livro "O meu testemunho" editado pelo próprio autor.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Um bom post, parabéns.

9:33 PM  
Anonymous Anônimo said...

A actualidade de um escrito de 1949 sobre a questão monárquica revela bem o quão não evoluiu a vossa Causa.
Isto é, os Monárquicos continuam sem conseguir "ganhar espaço", sem conseguir, sequer, pedir o tal pebliscito (era fácil, no mínimo, entregarem um pedido de referendo).
A Causa Monárquica, efectivamente, não é um movimento político, se afirma...e porquê?
Os monárquicos têm de perguntar isto a eles próprios!
Não há preconceito....há é ausência de um único argumento VERDADEIRAMENTE forte para a questão monárquica ser, no mínimo, debatida!

Provem-me o contrário...

2:06 PM  
Blogger Francisco Canelas de Melo said...

Caro Paulo damasio,

O seu post demonstra o seu total desconhecimento do movimento monarquico em portugal, bem como o que é a monarquia e os seus beneficios!
Respeito a sua opinião e poderia responder-lhe da mesma forma que acrescentou este post ao nosso blog mas não o farei. Engraçado que V. Exa. pensa que um texto de 1949 é totalmente desactualizado, quando a "republica" em que vivemos tenta copiar um regime criado no seculo XVIII, implantado pela força 1910 no nosso País. Não sei se entende a escala cronologica, mas deduzo que consegue seguir a evolução matematica dessa mesma evolução.

Já agora para desenriquecer um pouco a sua ignorância foi entregue em 2002 uma petição organizada pela Causa Real e Reais Associações, subscrita por diversas individualidades do Estado, propondo a alteração da alinea b do artigo 288 da C.R. de "impoem a forma republicana de governo" para "impoem a forma democratica de governo". Proposta essa aprovada em A.R., contudo não atingui oa 2/3 devido a não comparecia de quorum suficiente.

3:38 PM  
Blogger Francisco Canelas de Melo said...

Caro Rodrigues Morgado,

Desconheço qual o seu blog e o contexto do texto a que se refere. Contudo fico bastante contente pela minha argumentação não ser apenas minha mas de todos os monárquicos.

Saudações Monárquicas,

Francisco Canelas de Melo

3:46 PM  
Blogger Francisco Canelas de Melo said...

Caro Rodrigues Morgado,

Desconheço qual o seu blog e o contexto do texto a que se refere. Contudo fico bastante contente pela minha argumentação não ser apenas minha mas de todos os monárquicos.

Saudações Monárquicas,

Francisco Canelas de Melo

3:46 PM  

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